terça-feira, 27 de outubro de 2009

os idiotas agora leem na internet

...com informação instantânea de fatos, como sobreviverão os formadores de opiniões, que nada mais são do que distorçores de fatos, de acordo com suas conveniências.
Agora que forma opinião é cada pessoa, em cima de FATOS!
Edmundo
Vagner Magalhães
Direto de São Paulo

Com o avanço da internet, a sobrevivência dos jornais impressos está em risco e os jornalistas terão de mudar a sua postura profissional. A opinião é de Joshua Benton, jornalista investigativo e diretor do Nieman Journalism Lab, da Universidade de Harvard, dos Estados Unidos. Ele participa nesta noite do 3° MediaOn, maior fórum de jornalismo da América Latina, em São Paulo. O debate "Como o jornalismo de qualidade pode sobreviver e prosperar na era da internet" é moderado pelo jornalista Ricardo Lessa, da Globonews.
"Os jornalistas terão de perder a sua arrogância e agir com seres humanos. A transição vai ser muito difícil para a maioria. Ainda temos muito a escrever, principalmente em investigar casos de corrupção. A internet treinou as pessoas para que elas recebessem as informações de uma forma social. Os repórteres tem de parar de encarar o seu público como um estorvo. Os jornalistas encaram os e-mails de um leitor como algo chato, principalmente quando endereçados ao editor. É hora de a voz institucional desaparecer. Os jornalistas online tem de encarar o leitor em primeira pessoa e dizer: 'isto nós sabemos e isto nós não sabemos'".
Ele afirma que, por exemplo, não assina jornais há bastante tempo. "A forma com que as pessoas recebem as notícias está mudando muito. Eu não assino jornal há muitos anos. Não tem nada a ver com grande jornalismo ou não. Nós nunca tivemos um jornal nacional nos Estados Unidos. Temos um país muito grande. Por isso a concorrência era mais restrita, o que levou a monopólios. Ter o monopólio no mercado nessas cidades, faz com que haja monopólio de preços. E quem quiser anunciar ali, tem de pagar o que eles exigem", diz. "As pessoas tem hoje outras possibilidades e as exploram. Não estão interessadas em pagar o que é a elas imposto".
De acordo com ele, certo tipo de jornalismo não será mais possível nos negócios. "O fato de o mercado não comportar isso, não quer dizer que o jornalismo investigativo vai deixar de existir. Muito mais pessoas queriam ver os anúncios, o cinema, do que as matérias investigativas".
Benton diz que hoje, o número de jornalistas em impressos dos Estados Unidos está nos mesmos níveis de 1971, 38 anos atrás. "O que temos hoje são cerca de 40 mil jornalistas nos EUA nessa área. Em 1992, eram 60 mil. A questão econômica ajudou nisso, mas o ponto central é o avanço da internet. Os jornais brasileiros estão hoje em melhores condições do que os do meu país".
Segundo Benton, "a busca da qualidade no jornalismo online é crescente e com o passar do tempo deve chegar no mesmo padrão dos jornais que temos hoje. Porém, a internet, em sua opinião, possui inúmeras opções que o jornal não tem. "Se o jornal publicar uma bela foto de uma flor, será apenas uma bela foto. A internet poderá mostrar a mesma foto em terceira dimensão, por exemplo".
De acordo com ele, as redes sociais, como o Twitter e o Facebook, devem crescer cada vez mais. "Com elas uma pessoa apenas pode propagar as suas ideias para outras. A pessoa não precisa sequer buscar. Ela as recebe, cadastrando previamente o contato. Isso muda muito a forma de as pessoas receberem essas informações".

Haja gente ignorante!

by Leandro Fortes
Não faz muito tempo, o mundo – e o Brasil, em particular –, se escandalizou com as manifestações racistas contra jogadores de futebol que foram hostilizados por torcedores nos estádios europeus apenas porque eram negros. Na Itália e na Espanha, diversos jogadores negros, inclusive brasileiros, foram chamados de “macacos”, “gorilas” e “pretos de merda” por torcidas organizadas dos maiores times daqueles países. As reações foram, felizmente, imediatas. Intelectuais, jornalistas, políticos e autoridades esportivas de todo o planeta botaram a boca no trombone e reduziram, como era de se esperar, gente assim ao nível de delinqüentes comuns. Ainda há, eventualmente, exaltações racistas nos gramados, mas há um consenso razoavelmente arraigado sobre esse tipo de atitude, tornada, universalmente, inaceitável. Você não irá ver, por exemplo, no Maracanã, torcidas inteiras – homens, mulheres e crianças – gritando “crioulo safado” para o artilheiro Adriano, do Flamengo, por conta de alguma mancada do Imperador. Com a PM circulando, nem racistas emperdenidos se arriscam a tanto.
Mas, ai de Adriano, se ele fosse gay.
No sábado passado, espremido no Maracanã ao lado de meu filho mais velho e outras 57 mil pessoas, fui ver um jogaço, Flamengo 2 x 1 São Paulo, de virada, um espetáculo de futebol. Quando o time do São Paulo entrou em campo, as torcidas organizadas do Flamengo, além de milhares de outros torcedores avulsos, entoaram, a todo pulmão: “Veados, veados, veados!”. Daí, o painel eletrônico passou a anunciar, com a ajuda do sistema de autofalantes, a escalação são-paulina, recebida com as tradicionais vaias da torcida da casa, até aí, nada demais. Mas o Maraca veio abaixo quando o nome do volante Richarlyson foi anunciado: “Bicha, bicha, bicha!”. E, em seguida: “Bicharlyson, bicharlyson!”. Ao longo da partida, bastava que o são-paulino tocasse na bola para receber uma saraivada de insultos semelhantes. No ápice da histeria homofóbica, a Raça Rubro Negra, maior e mais importante torcida do Rio, e uma das maiores do Brasil, convocou o estádio a entoar uma quadrinha supostamente engraçada. Era assim:
“O time do São Paulo/só tem veado/o Dagoberto/come o Richarlyson”.
Richarlyson virou alvo da homofobia esportiva brasileira, com indisfarçável conivência de cronistas esportivos, jornalistas e colegas de vestiário, a partir de 2005, quando fez uma espécie de “dança da bundinha” ao comemorar um gol do São Paulo, time que por ser oriundo do elitista bairro do Morumbi acabou estigmatizado como reduto homossexual, ou time dos “bambis”, como resumem as torcidas adversárias. A imprensa chegou a anunciar o dia em que Richarlyson iria assumir sua homossexualidade, provavelmente numa entrada ao vivo, no programa Fantástico, da TV Globo – o que, diga-se de passagem, nunca aconteceu. Desde então, no entanto, o volante nunca mais teve paz. No Maracanã lotado, qualquer lance que o envolvesse era, imediatamente, louvado por um coro uníssono e ensurdecedor de “veado, veado, veado!”. Homens, mulheres e crianças. O atacante Dagoberto entrou de gaiato nessa história apenas porque, com Richarlyson, forma uma eficiente dupla de ataque no São Paulo.
Agora, imaginem se, no Morumbi, a torcida do São Paulo saudasse o atacante Adriano, do Flamengo, aos berros de “macaco, macaco, macaco!”, apenas para ficarmos nas analogias retiradas do mundo animal. Ou, simplesmente, entoasse uma quadrinha do tipo criada para a dupla Dagoberto/Richarlyson, dizendo que no Flamengo só tem crioulo, que Adriano enraba, sei lá, o Petkovic. O mundo iria cair, e com razão, porque chegamos a um estágio civilizatório onde o racismo tornou-se motivo de repulsa, mesmo em suas nuances tão brasileiras, escondidas em piadas de salão e ódios de cor mal disfarçados no elevador social. Usa-se, no caso dos gays, o mesmo mecanismo perverso que perdurou na sociedade brasileira escravagista e pós-escravagista com o qual foi possível transformar em insulto uma condição humana que deveria, no fim das contas, ser tão somente aceita e respeitada. Assim, torcedores brasileiros chamam de veados os são-paulinos em campo como, não faz muito tempo, nos chamavam, os argentinos, de “macaquitos”, em pleno Monumental de Nuñes, em Buenos Aires, para revolta da nação.
Quando – e se – a lei que criminaliza a homofobia no Brasil, a exemplo do racismo, for aprovada no Congresso Nacional, será preciso educar gerações inteiras de brasileiros a respeitar a sexualidade alheia. Espero, a tempo de recebermos os atletas que virão às Olimpíadas de 2016, no Rio, provavelmente, no mesmo Maracanã que hoje se compraz em xingar Richarlyson de veado. Por enquanto, a discussão sobre a lei está parada, no Brasil, porque o lobby das bancadas religiosas teme abrir mão de um filão explorado por fanáticos imbuídos da missão de “curar” homossexuais, ou de outros, para quem os gays são uma aberração bíblica passível, portanto, da ira de deus.
Nos jornais de domingo, nem uma mísera linha sobre o assunto. Das duas uma: ou é fato banal e corriqueiro, logo, tornado invisível aos olhos das dezenas de repórteres enfiados na tribuna da imprensa do Maracanã; ou é conivência mesmo.

A pista curta da memória curta

...lembram que colunista da folha chamou Lula de assassino responsável pelo acidente da TAM?
Lembram que diziam que o acidente aconteceu porque a pista de Congonhas era curta? O que aliás continua do mesmo tamanho.

Pois é, tudo conversa. Saiu o relatório.

Edmundo

Na pág C6 da Folha (**), Eliane Cantanhêde revela que o relatório da Aeronáutica sobre o vôo 3054 da TAM que se chocou em Congonhas e matou 199 pessoas não é responsabilidade do Presidente Lula.

O PiG(*) transformou a tragédia numa crise institucional e responsabilizou o Presidente da República por ela.
Foi uma das falsas crises do PiG(*) para derrubar o presidente Lula.
Eliane Cantanhêde já militava nessa batalha quando o avião da Gol se chocou com um jato conduzido por pilotos americanos que se esqueceram de ligar o transponder.
Transponder que evitaria o choque.
A Eliane Cantanhêde também aí botou a culpa no governo Lula.
Na tragédia da TAM em Congonhas, a rede Globo exibiu uma reportagem inesquecível.
O repórter Rodrigo Bocardi demonstrou de forma irrefutável que as condições da pista eram tais que uma chuva da espessura de uma moeda de R$ 1 foi suficiente para matar 199 pessoas.
Reportagem memorável, porque se cercou de propriedade da Ciência Física que nem Einstein imaginou.
Como prêmio, este repórter, hoje, domina a cobertura internacional da Globo, a partir de Nova York.
Eliane Cantanhêde mostra que a análise da Aeronáutica concluiu que o freio do avião da TAM estava na posição errada.
Em vez de ficar em ponto morto, estava em posição para acelerar.
O relatório da Aeronáutica não determina se foi um erro técnico ou um erro humano.
Porém, num gesto de argúcia investigativa, Eliane Cantanhêde não menciona a presença do presidente Lula na cabine de comando.
A Polícia Federal já tinha chegado a mesma conclusão e, mais por covardia do que por inércia, a Polícia Federal omitiu-se.
A crise criada pelo PiG(*) foi de tal intensidade que o presidente Lula tirou do Ministério da Defesa o grande brasileiro Waldyr Pires e colocou no lugar o militante serrista, Nelson Jobim, aquele da babá eletrônica que ajudou Gilmar Dantas (***) a derrubar o ínclito delegado Paulo Lacerda.
A crise foi uma fraude.
Como o áudio do grampo da Veja e do Gilmar Dantas (***).

Paulo Henrique Amorim

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

arautos do fracasso

Saiu no Blog do Emir:

Fracassomaníacos

A invenção se deve às ironias com que FHC tentava desqualificar o debate. Conhecedor que era, se dedicou a essa prática, alimentada pelo despeito, o rancor e a inveja de ver seu sucessor se dar muito melhor do que ele. E os tucanos se tornaram os arautos da fracassomania, porque o governo Lula não poderia dar certo. Senão, seria a prova da incompetência, dos que se julgavam o mais competentes.
Lula fracassaria porque não contaria com a expertise (expressão bem tucana) de gente como Pedro Malan, Celso Lafer, Paulo Renato, José Serra, os irmãos Mendonça de Barros, entre tantos outros tucanos. O governo Lula não poderia dar certo, senão a pessoa mais qualificada para dirigir o Brasil – na ótica tucana -, FHC se mostraria muito menos capaz que um operário nordestino.
Por isso o governo Lula teria que fracassar economicamente, com a inflação descontrolada, a fuga de capitais estrangeiros, o “risco Brasil” despencando, a estagnação herdada de FHC prolongada e aprofundada, o descontentamento social se alastrando, as divergências internas ao PT dividindo profundamente ao partido, o governo se isolando social e politicamente no plano interno, além do plano internacional.
A imprensa se encarregou de propagar o fracasso do governo Lula. Ricardo Noblat, apresentando o livro de uma jornalista global, afirmava expressamente, de forma coerente com o livreco de ocasião, que “o governo Lula acabou” (sic). A crise de 2005 do governo era seu funeral, os urubus da mídia privada salivavam na expectativa de voltarem a eleger um dos seus para se reapropriarem do Estado brasileiro.
FHC gritava, no ultimo comício do candidato do seu partido, que havia relegado seu governo, com a camisa para fora da calça, suado, desesperado, “Lula, você morreu”, refletindo seus desejos, em contraposição com a realidade, que viu Lula se reeleger, sob o cadáver político e moral de FHC.
Um jornalista da empresa da Avenida Barão de Limeira relatava o desespero do seu patrão, golpeando a mesa, enquanto dava voltas em torno dela, dizendo: “Onde foi que nós erramos, onde foi que nós erramos?”, depois de acreditar que a gigantesca operação de mídia montada a partir de uma entrevista a um escroque que o jornal tinha feito, tinha derrubado ao governo Lula.
Ter que conviver com o sucesso popular, econômico, social e internacional do governo Lula é insuportável para os fracassomaníacos. Usam todo o tempo de rádio, televisão e internet, todo o espaço de jornal para atacar o governo, e só conseguem 5% de rejeição ao governo, com 80% de apoio. Um resultado penoso, qualquer gerente eficiente mandaria a todos os empregados das empresas midiáticas embora, por baixíssima produtividade.
Como disse, desesperadamente, FHC a Aécio, tentando culpá-lo por uma nova derrota no ano que vem: “Se perdermos, são 16 anos fora do governo…” Terminaria definitivamente uma geração de políticos direitistas, entre eles Tasso, FHC, Serra – os queridinhos do grande empresariado e da mídia mercantil.
Se Evo Morales dá certo, quando o FHC de lá – o branco, que fala castelhano com sotaque inglês -, Sanchez de Losada, fracassou, é derrota das elites brancas, da mesma forma que se Lula dá certo, é derrota das elites brancas paulistanas dos Jardins e da empresa elitista e mercantil da Avenida Barão de Limeira.

nem calote tem

Indicador Serasa Experian de Cheques Sem Fundos – Set/2009

Inadimplência com cheques é a menor em doze meses e volta ao nível pré crise, revela Serasa ExperianA inadimplência com cheques no Brasil foi de 1,94% em setembro de 2009, segundo o Indicador Serasa Experian de Cheques Sem Fundos. Foi o menor percentual desde outubro de 2008, mês em que os efeitos da crise internacional já começavam a serem sentidos no país. Vale lembrar que o cheque é considerado desprovido de fundos, a partir de sua segunda devolução.Já na variação de setembro de 2009 sobre setembro do ano anterior, a inadimplência com cheques cresceu 8,4%. A alta também foi observada na relação entre o acumulado de janeiro a setembro de 2009, perante igual período de 2008, com 13,8% de crescimento no número de cheques devolvidos.Na comparação de setembro com agosto último, por sua vez, o levantamento verificou uma queda de 1,0% na inadimplência com cheques. Segundo os analistas da Serasa Experian, este decréscimo relaciona-se, por um lado, com a recuperação do mercado de trabalho, melhorando as condições de renda e de emprego dos consumidores no bojo da retomada do consumo e da produção domésticos, e, pelo outro, pelo próprio processo de reequilíbrio do fluxo de caixa das empresas, após terem passado por vários meses de dificuldades operacionais, como também de acesso ao crédito, especialmente as micro e pequenas empresas.Para os meses seguintes, a expectativa dos técnicos é positiva: Tendo em vista que o crescimento econômico deve manter-se ao longo dos próximos meses, a tendência é de observarmos ligeiras reduções no percentual de devolução de cheques.Veja abaixo tabela completa com os números de cheques devolvidos e compensados, no período de janeiro a setembro de 2009 e 2008, em setembro de 2009 e 2008, e agosto de 2009.
Leia a íntegra do estudo no site do Serasa Experian

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Péssimo momento para a democracia

Péssimo momento para a democracia.

Democracia baseia-se, entre outros fundamentos, na alternância do poder. Pergunto, então, caso a Dilma seja eleita haverá alternância do poder da República? Parece-me que não.

O Brasil carecerá de democracia como São Paulo já carece - Mário Covas, Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra. Todos do PSDB. Há mais de década consecutivamente o PSDB governa São Paulo, isso é bom? Não creio.

Vale o mesmo agora para o Brasil. A eleição ano que vem avizinha-se deslealmente favorável ao Governo (não que esse tenha culpa!). Na conjutura atual do Brasil, boa, se houver crescimento econômico superior a 5% em 2010 nem precisa fazer eleição para Presidente - Dilma estará eleita.

Teremos Lula, Lula, Dilma, (Dilma), (Lula de novo depois)...todos do PT, isso é bom? Não creio.

Que fazer?!

A democracia a partir da era FHC tornou-se um referendo as políticas econômicas aplicadas, ou seja, se a economia faz sucesso reelege-se o governante, senão faz-se a troca.

A discussão política se resume a isso?
Podem argumentar que o partido que bem governa merece ser reeleito, mas e a alternância? Cadê a oposição a apresentar novidades?
Edmundo

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

o dólar e as outra moedas

O texto de Robert Fisk que ajudou a derrubar o dólar

Atualizado em 06 de outubro de 2009 às 17:44 Publicado em 06 de outubro de 2009 às 16:34
A queda do dólar, que se acentuou nas últimas horas, tem relação com o seguinte texto do repórter Robert Fisk, publicado no jornal britânico Independent:
A deposição do dólar tem data marcada
6/10/2009, Robert Fisk, The Independent
No movimento de mais profunda mudança financeira da história recente do Oriente Médio, os árabes do Golfo planejam – com China, Rússia, Japão e França – deixar de negociar com dólar nas transações do petróleo, trocando-o por uma cesta de moedas que incluirá o iene japonês e o iuan chinês, o euro, ouro e uma nova moeda unificada planejada para as nações no Conselho de Cooperação do Golfo [ing. Gulf Co-operation Council], incluindo Arábia Saudita, Abu Dhabi, Kuwait e Qatar]. Já houve reuniões secretas entre ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais na Rússia, China, Japão e Brasil para elaborar o esquema – o que implica dizer que o petróleo deixará de ser cotado em dólares. Os planos, confirmados ao Independent por fontes bancárias do Golfo árabe e chinesas em Hong Kong, podem ajudar a explicar o repentino salto nos preços do ouro, mas também anuncia uma extraordinária transição dos mercados de dólar ao longo dos próximos nove anos. Os norte-americanos, que sabem que as reuniões aconteceram – embora ainda não tenham descoberto os detalhes –, com certeza combaterão contra essa cabala internacional que incluirá Japão e os árabes do Golfo, seu aliados sempre leais. Considerado o pano de fundo das reuniões em curso, Sun Bigan, ex-enviado especial da China ao Oriente Médio, alertou para o risco de que se aprofundem as divisões entre China e EUA, na disputa por petróleo e por influência no Oriente Médio. “São inevitáveis as querelas e os confrontos bilaterais”, disse ele à Asia and Africa Review. “Não podemos baixar a guarda contra hostilidades no Oriente Médio em disputas por interesses energéticos e segurança.” A frase soa como perigosa predição de futura guerra econômica entre EUA e China na disputa pelo petróleo do Oriente Médio – o que mais uma vez converteria os conflitos na região em batalha pela supremacia entre as grandes potências. A China usa cada vez mais petróleo que os EUA, porque o crescimento chinês é menos eficiente no consumo de energia. A moeda transicional, desse trânsito para longe dos dólares, segundo fontes bancárias chinesas, bem poderá ser o ouro. Pode-se ter uma primeira indicação das quantias envolvidas, se se considera que Abu Dhabi, Arábia Saudita, Kuwait e Qatar têm reservas em dólares estimadas hoje em $2,1 trilhões. O declínio do poder da economia norte-americana associado à atual recessão global já foi implicitamente reconhecido pelo presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick. “Um dos legados dessa crise pode ser o reconhecimento de que as relações de poder econômico mudaram”, disse ele em Istambul, essa semana, antes das reuniões do FMI e do Banco Mundial. Mas foram a China e seu extraordinário novo poder financeiro – além da velha ira de nações produtoras de petróleo e consumidoras de petróleo contra o poder dos EUA para interferir no sistema financeiro internacional – que desencadearam as últimas discussões envolvendo os Estados do Golfo. O Brasil manifestou interesse em contribuir para pagamentos por petróleo, em outra moeda que não o dólar; e também a Índia. De fato, a China parece ser a mais entusiasmada dentre as várias potências financeiras envolvida, pelo menos por causa de se gigantesco comércio com o Oriente Médio. A China importa 60% do petróleo que consome, boa parte do Oriente Médio e da Rússia. Os chineses têm concessões para produção de petróleo no Iraque – bloqueadas pelos EUA até esse ano. E desde 2008 mantém um acordo de US$ 8 bi com o Irã para desenvolver capacidade de refino e recursos de gás. A China tem negócios de petróleo com o Sudão (onde substituiu interesses norte-americanos) e negociou concessões de petróleo com a Líbia, onde esses contratos são joint-ventures. Além do mais, as exportações chinesas para a região correspondem hoje a nada menos que 10% das importações nacionais dos países do Oriente Médio, com pauta diversificada de produtos (de automóveis a sistemas balísticos, alimento, vestuário, até bonecas). Em claro sinal do fortalecimento muscular das finanças chinesas, o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, pediu ontem a Pequim que deixe subir a cotação do Yuan frente a um dólar em queda livre e, por extensão, para que reduza a dependência da China da política monetária dos EUA – para ajudar a reequilibrar a economia mundial e diminuir a pressão altista sobre o euro. Desde os acordos de Bretton Woods – os acordos, depois da II Guerra Mundial, que lançaram as vigas da arquitetura do moderno sistema financeiro internacional –, os parceiros comerciais dos EUA foram forçados a lidar com o impacto do controle por Washington e, mais recentemente, também com a hegemonia do dólar como moeda de reserva global. Os chineses creem, por exemplo, que os EUA persuadiram os britânicos para que se mantivessem fora do euro, com vistas a evitar que surgisse algum movimento precoce de fuga para longe do dólar. Mas fontes bancárias chinesas dizem que suas novas discussões já avançaram demais para que possam ser bloqueadas. “Os russos eventualmente trarão o rublo para a cesta de moedas” – disse ao Independent um importante corretor de Hong Kong. “Os britânicos estão presos no meio disso tudo, e entrarão no euro. Não têm escolha, porque não poderão usar o dólar norte-americano.” Fontes financeiras chinesas acreditam que o presidente Barack Obama está ocupado demais consertando a economia dos EUA, para poder pensar nas extraordinárias implicações de uma transição para fora do dólar num período de nove anos. O prazo final para a troca de moedas é 2018. Os EUA discutiram superficialmente essa tendência no encontro do G20 em Pittsburgh; o presidente do Banco Central Chinês e outros funcionários já há anos preocupam-se com o dólar e não escondem suas preocupações. O problema deles é que grande parte da riqueza nacional chinesa está amarrada ao dólar. “Esses planos alterarão a face das transações financeiras internacionais”, disse um banqueiro chinês. “EUA e Grã-Bretanha devem começar a preocupar-se muito. Vocês logo verão a extensão das suas preocupações, pela tempestade de vozes que acorrerão para desmentir essas notícias.” O Irã anunciou mês passado que suas reservas de moedas estrangeiras serão doravante feitas em euros, não mais em dólares. Os bancos não esquecem, é claro, o que aconteceu ao último produtor de petróleo do Oriente Médio que vendia seu petróleo em euros, não em dólares. Apenas alguns meses depois de Saddam Hussein trombetear sua decisão, EUA e Grã-Bretanha invadiram o Iraque.

eternos vira-latas

Do blog do Kotscho.
06/10/2009 - 10:20

O Lula vai quebrar a cara em Honduras! Vai correr sangue nas ruas de Tegucigalpa e ele será o culpado! O Lula vai tomar uma surra do Obama em Copenhague! Vai dar Chicago! Agora a popularidade do Lula vai despencar!
Pois é, amigos, foi uma atrás da outra. A urubuzada (nada a ver com a grande torcida do Flamengo, por favor!) jogou contra e perdeu todas, perdeu o rumo. Vocês já repararam? A oposição simplesmente sumiu de cena.
Em 2009, a turma do contra, representada por aqueles célebres 6% que reprovam o governo Lula, começou jogando tudo na crise econômica mundial, que quebraria o Brasil. O Brasil não só não quebrou como saiu da crise mais forte do que entrou.
Já nem me lembro de todas as crises do fim do mundo anunciadas durante o ano, mas tivemos depois a dengue, a crise do Senado, a gripe suína, a história da Lina, a CPI da Petrobrás, o diabo a quatro. E nada do Lula cair nas pesquisas.
A palavra crise não saía das manchetes, e nada. Quando a crise não era aqui, era em Honduras _ por culpa da política externa do governo brasileiro, claro. Agora que as coisas estão se acalmando por lá e tudo indica uma saída negociada com os golpistas devolvendo a Presidência a Manuel Zelaya, a urubuzada já está recolhendo os flaps.
Com a vitória do Rio para sediar a Olimpíada 2016 transmitida ao vivo de Copenhague, não teve jeito de esconder o importante papel do presidente Lula nesta conquista. Os 6% de inconformados e seus bravos representantes na imprensa e no parlamento devem ter entrado em profunda depressão. Por isso, sumiram _ pelo menos, por algum tempo.
Restam apenas alguns blogueiros histéricos e seus comentaristas amestrados blasfemando na janela, vendo as ruas em festa, os bares lotados em dia de semana, a indústria, a bolsa, o emprego e a renda crescendo novamente, a autoestima do brasileiro lá em cima, a vida seguindo alegre seu rumo.
Claro que sempre será possível fazer escândalo com qualquer coisa, como esta crise do Enem, uma história até agora muito mal contada, que vai atrasar a data dos vestibulares. E daí? Fora os candidatos e professores que irão perder alguns dias de férias, qual o drama para o restante dos brasileiros?
Em tempo
Depois de publicar o texto acima, fui dar uma olhada nas novidades do Observatório da Imprensa e encontrei um belíssimo texto assinado por Washington Araújo, sob o título “Indiferença em vez de otimismo”, cuja leitura recomendo vivamente.
Araújo trata do mesmo tema do meu post, mostrando as muitas vitórias do Brasil nestes últimos tempos, mas com muito mais qualidade, profundidade e argumentos. Um trecho do seu texto resume bem o espírito da urubuzada que perdeu:
“Repassando as manchetes dos sete jornais principais brasileiros de sexta-feira (2/10), observamos com certo desalento que seis se ocupam do vazamento de provas do Enem e apenas um, o de menor circulação _ e carioca ainda por cima _, resolve dar um refresco e dá um voto de confiança ao evento de maior potencial midiático possível de ocorrer em nosso país”.

Para ler:www.observatoriodaimprensa.com.br

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Enjoaram de falar disso? Cadê o pânico?

Ué?! Onde estão os mortos de Tubarão, o epicentro do surto no Brasil?
Edmundo
Saúde 06/10/2009 19h32min
SC confirma mais oito mortes por gripe A
Doença já matou 91 pessoas no Estado, segundo a Secretaria de Saúde

("Atualizada em 06/10/2009 às 19h41min");

A Secretaria de Saúde de Santa Catarina confirmou nesta terça-feira mais oito mortes em decorrência da gripe A no Estado. Ao todo 16 mortes estavam em investigação. Metade desses exames deram resultado negativo para o vírus Influenza A. Do número de mortes confirmadas nesta terça, cinco são de pacientes com mais possibilidades de complicação do quadro clínico. Até agora, foram confirmadas 91 mortes em função da doença e descartadas 72, inicialmente consideradas suspeitas. Também foram confirmados 904 casos de gripe A em Santa Catarina e descartados 1.054 casos com o uso de exames laboratoriais. Outros 4.275 continuam em investigação. As mortes:
Agronômica: Uma mulher de 28 anos. Começou a ter os sintomas no dia 10 de setembro e no dia 17 foi internada. A morte ocorreu dois depois em função de insuficiência respiratória aguda, pneumonia e síndrome de angústia respiratória aguda. Ela era paciente de risco por ser obesa.
Armazém: Uma mulher de 50 anos. Ele começou a se sentir mal no dia 29 de agosto, foi internada no dia 4 de setembro e morreu no mesmo dia. A paciente era hipertensa e teve como causa da morte o vírus Influenza A (H1N1).
Florianópolis: Uma mulher de 55 anos. Teve os primeiros sintomas no dia 27 de agosto, foi internada três dias depois e morreu no dia 4 de setembro. Ela era vítima de imunodepressão e câncer. A causa da morte foi choque séptico e pneumonia.
Florianópolis: Um homem de 51 anos. Começou a ter os sintomas no dia 19 de agosto e foi internado no dia 24. A morte foi no dia 10 de setembro por choque séptico, síndrome aguda respiratória e doença respiratória aguda grave. Ele não fazia parte de nenhum grupo de risco.
Maracajá: Uma mulher de 20 anos. Ela teve os primeiros sintomas no dia 10 de setembro e foi internada no dia 25. Morreu no dia 27 de setembro por falência múltipla dos órgãos, choque séptico e pneumonia grave. A paciente era gestante.
Papanduva: Uma mulher de 25 anos. Teve os primeiros sintomas no dia 21 de setembro, foi internada no dia 23 e morreu. Ela não fazia parte de nenhum grupo de risco e a morte ocorreu devido pneumonia e estado gripal.
Pinhalzinho: Uma mulher de 39 anos. Ela teve os primeiros sintomas no dia 8 de setembro, foi internada no dia 14 e morreu um dia depois. A paciente era hipertensa e morreu em função de síndrome respiratória aguda, pneumonia e Influenza A (H1N1).
São José: Um homem de 48 anos. Começou a ter os sintomas no dia 28 de agosto e foi internado no dia 4 de setembro. Morreu no dia 29 de setembro por pneumonia nosocomial e Influenza A (H1N1). Ela não fazia parte de nenhum grupo de risco.Saiba mais sobre a gripe A no site especial
DIARIO.COM.BR

olha a crise!!

FGV: Brasil cresce até 7% em 2010

Atualizado em 05 de outubro de 2009 às 22:44 Publicado em 05 de outubro de 2009 às 22:41

05/10/2009 - 20h34
Economistas da FGV estimam crescimento de até 7% em 2010da Agência BrasilO Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas divulgou nesta segunda-feira análise econômica na qual destaca a possibilidade de que 2010 seja um ano de "economia espetacularmente aquecida". Nesse contexto, "é certo que o Brasil vai se expandir a um bom ritmo", com crescimento numa faixa entre 4,5% e 7%.Os analistas da FGV acham que um avanço de 7% no PIB (Produto Interno Bruto) --soma das riquezas produzidas no país-- "não é, de forma alguma, inconcebível", e consideram a eventualidade de uma recuperação em "V", na qual a intensidade da retomada seria equivalente à força da contração ocorrida na virada de 2008 para 2009. Eles traduzem para a economia a lei da física, segundo a qual "a toda ação corresponde uma reação de igual intensidade".Quanto ao piso de 4,5% previsto para o crescimento, a carta do Ibre ressalta que "por mais que se reprima o otimismo, dificilmente seria justificável qualquer previsão de crescimento, em 2010, inferior a 4,5%". Esse patamar, aliás, é chamado por economistas da FGV de "conservador", em razão do histórico de expansão do país na última década e também porque acreditam que a recuperação virá na esteira de uma recessão, o que, segundo eles, "amplifica o efeito da retomada".Um crescimento de 4,5% seria, portanto, na avaliação dos economistas, um cenário de mais tranquilidade para o Banco Central, uma vez que, sem o fantasma da pressão inflacionária, a autoridade monetária poderá manter a taxa Selic em 8,75% ao ano por muito tempo. Além disso, adianta a análise, o BC tampouco teria que se preocupar com o "timing [prazo máximo] para retirada dos estímulos fiscais anticíclicos".Em contrapartida, se o crescimento apontar para taxa próxima a 7%, a capacidade de produção da economia será pressionada no decorrer de 2010 e o BC enfrentará o desconforto de "ter que puxar o freio da política monetária em plena campanha eleitoral". Esse cenário torna-se mais verossímil, segundo a análise, quando se avalia os poderosos estímulos à demanda, criados pelo governo, e cuja gestão futura "pode não estar imune" à equação político-eleitoral de 2010.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Hemernêutica jurídica

O Hermenauta: FHC queria mudar a Constituição

Atualizado em 05 de outubro de 2009 às 08:33 Publicado em 05 de outubro de 2009 às 08:31

Reinaldo Azevedo, esquecidinho

Outubro 4, 2009
do blog O Hermenauta
Do Elio Gaspari, na Folha de hoje:“EREMILDO, O IDIOTAEremildo é um idiota e alistou-se nas brigadas internacionais de combate ao bolivarianismo. (Ele não sabe o que isso quer dizer, mas também não conhece quem saiba.) O idiota entende que são bolivarianos os presidentes Hugo Chávez, Evo Morales e Rafael Correa. Todos mexeram na Constituição para prorrogar suas permanências no poder, ad referendum de resultados eleitorais.Ensinaram-lhe que jamais foram bolivarianos os presidentes Fernando Henrique Cardoso e Carlos Menem, que também mudaram as Constituições de seus países para buscar a reeleição. Por algum motivo, o colombiano Álvaro Uribe, que, pela segunda vez, está fazendo a mesma coisa, também não é bolivariano.Eremildo é um idiota feliz, mas teme ser internado por conta da última ideia que lhe passou pela cabeça: o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, seria um bolivariano ao defender a mudança da lei da cidade para buscar o direito de disputar o terceiro mandato.”
***Continuísmo bom é o continuísmo nosso.***
Tio Rei leu, não gostou e cospe marimbondos.
Ao segundo parágrafo de Gaspari, questiona:“E não foram mesmo! Quem o Idiota pensa que engana? Carlos Menem e FHC não exportaram a sua “revolução”. Nenhum deles criou uma Assembléia Constituinte, em meio a escombros institucionais, para tomar de assalto o Congresso e a ordem legal. O Idiota acredita, pelo visto, que basta fazer uma eleição para legitimar mudanças, como se a consulta popular excluísse o autoritarismo. O Idiota nunca ouvir falar em fascismo? Desse jeito, ainda acaba chamando o Irã de “democracia de massas”… Ele, o Idiota, recorre à trapaça ao tentar identificar os críticos do bolivarianismo como partidários, então, de FHC, Menem ou Uribe, juntando num mesmo saco pardo gatos muito distintos. O Idiota deveria saber que é perfeitamente possível ser um crítico do bolivarianismo, do processo que resultou na reeleição de FHC e da eventual reeleição de Uribe, embora sejam coisas muito distintas. No caso do presidente da Colômbia, sua confusão é espantosamente estúpida: se algum mal afeta hoje a Colômbia, é o mal do isolamento – cercada que está de canalhas esquerdistas e populistas. Se estudar Ceresole e Dieterich, verá que a vocação do bolivarianismo ou do “socialismo do século 21″ é a expansão.” [grifo meu]
Er…vejamos. Notícia da Gazeta Mercantil, de 03/02/1998:“BRASÍLIA, 3 de fevereiro – O presidente Fernando Henrique Cardoso considera “boa” a proposta do deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), que sugere a realização de uma consulta pública junto com as eleições de outubro, para avaliar se a população concorda com uma constituinte exclusiva para promover mudanças de cunho político e fiscal. Segundo o porta-voz da Presidência da República, embaixador Sérgio Amaral, Cardoso não vê por que a consulta pública possa atrapalhar as eleições. De acordo com o porta-voz, Fernando Henrique avalia que não se trata da instalação de uma assembléia constituinte, mas de um dispositivo que permita a redução do quórum para que se aprove uma emenda constitucional. Hoje, a aprovação de uma emenda exige a anuência de dois terços do Congresso Nacional. Com o referendo popular, a aprovação poderia ser aprovada por maioria simples, reduzindo as rodadas de negociação exigidas atualmente para que o governo consiga aprovar matérias mais polêmicas. Quanto ao teor das reformas política e fiscal, Amaral afirmou que isso é “assunto para ser discutido posteriormente”. (Marcos Chagas, do InvestNews/MM)“Matéria do jornal catarinense “
A Notícia”, de 30/09/1998:“FHC interessado na propostaBrasília – O porta-voz do Palácio do Planalto, Sérgio Amaral, disse, ontem, que o presidente Fernando Henrique está interessado em que se “examine a questão” da proposta de convocação de uma miniconstituinte. Segundo ele, Fernando Henrique Cardoso considera “positiva” uma reunião com os governadores para discutir as reformas que serão votadas pelo Congresso.Amaral disse que já está acertada uma reunião com os líderes partidários para discutir as reformas, embora o presidente também não tenha definido se esta conversa ocorrerá entre o período do primeiro com o segundo turno ou se só após o segundo turno das eleições.Se prevalecer um entendimento existente no Supremo Tribunal Federal (STF), a convocação de uma assembléia nacional revisora para modificar a Constituição Federal é inconstitucional. Uma ala de ministros do STF acredita que se perdeu a chance de revisar a legislação em 1993, como previa a própria Constituição no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT).Uma das propostas de convocação de assembléia nacional constituinte, formulada pelo deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), já foi questionada no STF.Além da proposta de Miro Teixeira, há outra, de autoria do deputado e ex-ministro do Planejamento Antonio Kandir. Ele propõe a convocação de uma assembléia para revisar aspectos tributários e fiscal simultaneamente à análise da reforma política.” [grifo meu]Mas não foi apenas em 1998 que FHC fez este tipo de proposta. Em 2001 também _ e para 2003, com o prova esta matéria do Jornal do Brasil:“FH apóia convocação de miniconstituinteO presidente Fernando Henrique Cardoso não vai virar garoto-propaganda – até porque acredita que esse é um assunto do Legislativo. Mas já mandou orientar parlamentares da base aliada para que estimulem a idéia da convocação de uma miniconstituinte para 2003.Na tarde de ontem, Fernando Henrique conversou com o presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), e deu sinal verde para que o deputado tucano leve adiante a discussão sobre o tema. Além de mudar (para melhor) o humor político no Congresso, FH acredita que a miniconstituinte pode acelerar, se não todas, pelo menos uma ou duas reformas que prometeu fazer em seus dois mandatos. O presidente gostaria de concluir até o final do seu governo o que prometeu na campanha e até agora não conseguiu viabilizar por falta de entendimento na base aliada.Negativa – Ontem, o secretário-geral da Presidência, Aloysio Nunes Ferreira, negou que o governo estivesse patrocinando a proposta. Mas, apesar da oposição do principal articulador político do governo, existe uma torcida na equipe do presidente para viabilizar a miniconstituinte. Ministros e assessores econômicos acham impossível votar as reformas tributária, política, e até mesmo do Judiciário, além da regulamentação do Sistema Financeiro Nacional, com um quorum de três quintos exigidos pela Constituição -o que equivale a 308 dos 513 votos da Câmara e 49 dos 81 votos do Senado.O pacote tributário que o governo está pensando em tentar aprovar até o final do ano, prorrogando a CPMF até o final de 2003, só seria possível com a convocação de uma constituinte. Além da prorrogação da CPMF, a equipe econômica do governo defende também a eliminação do efeito cascata da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e do PIS-Pasep, além da isenção da CPMF para as aplicações em Bolsa de Valores. Mas alguns líderes governistas acham que dificilmente essas propostas serão aprovadas por três quintos.Reformas isoladas – Outro argumento defendido por lideranças da base aliada para a convocação de uma Constituinte é o de que é mais fácil atualizar a carta de 88 via miniconstituinte do que por meio de reformas isoladas, que acabam transformando a Constituição em “colcha de retalhos“, segundo expressão de um ministro de Estado.O esforço de FH para costurar a miniconstituinte no Congresso pode esbarrar na própria base aliada. Apesar dos recados, ainda há certa resistência dentro do Congresso. Para o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), por exemplo, o assunto chegou tarde, pois só faltam duas semanas para o início do recesso de julho e dificilmente os parlamentares vão se empolgar com a discussão. “A decisão deve ser discutida pela Executiva (do PFL). Não quero me antecipar“, escapou Bornhausen ontem.” [grifo meu]***
Como se vê, o ex-Presidente Fernando Henrique não apenas apoiou a idéia de uma constituinte do seu primeiro para o seu segundo mandato, como teve a cara de pau de propô-la novamente debaixo das barbas do seu sucessor. E isto porque o Supremo considerava qualquer iniciativa neste sentido como inconstitucional, já que o prazo constitucional para a revisão da CF 88 havia se extinguido em 1993.Tio Rei tem memória curta. Ou então, muito conveniente…

sábado, 3 de outubro de 2009

A Globo teve que aplaudir o Brasil

...para os que não gostam do Brasil (os reacionários de sempre) e para os que gostam do brasil (a maioria) o vídeo abaixo é edição histórica.

http://www.youtube.com/watch?v=VkYolwdU37g&feature=player_embedded#

vira-latas

publicada em sábado, 03/10/2009 às 00:07 e atualizado em sábado, 03/10/2009 às 00:15
blog do Rodrigo Vianna

O complexo de vira-lata segue fortíssimo em nosso país. Se bem que, agora, parece mais restrito a setores da classe média...
Falo das estranhas reações a esse acontecimento maravilhoso: a vitória do Rio como sede das Olimpíadas de 2016.
Estava eu fora do alcance da internet - gravando uma reportagem nas proximidades de Iguape, no litoral sul de São Paulo - quando o Rio foi anunciado vencedor. Comemorei, em mensagens enviadas por celular à minha mulher - que é carioca.
Quando cheguei a São Paulo, na noite desta sexta, também comemorei com meu filho Vicente, outro nascido no Rio de Janeiro.
Dois brasileiros que ajudam o país a superar o complexo de vira-lata
Em qualquer lugar do planeta seria mesmo motivo para comemorar. Mas, no Brasil, aparecem nessas horas os corvos agourentos: e a a corrupção? e as favelas? e a violência?
Mas que diabos! Parece-me tão óbvio que Olimpíadas não são (nem nunca serão) o remédio para nossos problemas seculares, parece-me isso tão óbvio (repito!) que sinto até vergonha de precisar argumentar diante de certas coisas que comecei a ouvir e a ler, assim que botei os pés de novo em São Paulo, nesta histórica sexta-feira.
Aos poucos, fui-me lembrando das diferenças entre Rio e São Paulo. Paulistano que sou, posso dizer sem medo de errar: parte das pessoas que vivem aqui na minha terra não gosta muito do Brasil. A verdade é essa.
Era esse o tom dos comentários que ouvi no rádio do carro, a caminho de casa. O locutor ia lendo os e-mails dos ouvintes, que criticavam a escolha do Rio: eram comentários mal-humorados, ranhetas, complexados.
No futebol, o brasileiro superou esse complexo de vira-lata. Nelson Rodrigues foi quem cunhou a expressão. Foi ele também quem mostrou como Pelé, com sua pose de rei, indicava a seus colegas em campo: somos fortes, somos bons, falta só acreditar em nós mesmos.
Lá pelas décadas de 50/60, com Pelé, superamos o complexo. Mas só no futebol. A síndrome do vira-lata infeliz continuou a nos abater em outras áreas..
Os mais pobres, em anos recentes, parecem ter vencido o complexo. Até porque não têm muita escolha. São brasileiros até o último fio de cabelo. Para o bem e para o mal. Melhor brigar e trabalhar pra fazer dese país uma terra um pouco melhor.
A vitória e a reeleição de Lula são a prova de que parte dos brasileiros, especialmente os de origem mais humilde, superou o complexo. É uma parcela de brasileiros que foi capaz de eleger um homem monoglota, sem estudo, e além de tudo sem um dedo (ah, como essa marca do trabalho braçal incomoda nossas elites) para liderar o país.
Em contrapartida, a escolha - por duas vezes - de um presidente com esse perfil parece ter acirrado ainda mais o complexo de vira-lata, entre certos setores de nossa classe média. É uma parte dos brasileiros (e como são numerosos em São Paulo) que não gostam de ser brasileiros. Gostam de ser netos de italianos, bisnetos de alemães, trinetos de poloneses, tataranetos de espanhóis.
Eles se envergonham do Lula que discursa em "português" na cerimônia do comitê olímpico (ouvi um sujeito falando disso hoje na rua). Queriam que discursasse em javanês?
Eles se envergonham do Lula que chora. Preferiam, talvez, o tom afetado daquele outro presidente, que adorava fazer piadas sem graça, e preferia discursar em francês ou inglês (tremendo complexo de vira-lata) para agradar os gringos...
Com Lula, o Brasil deixou de se ver como colônia.
Os problemas do Brasil - com ou sem Olimpíadas - são enormes. Cabe a nós resolvê-los. Podemos tentar fazer as duas coisas ao mesmo tempo: cuidar de nossos problemas, e organizar as Olimpíadas. Isso parece uma obviedade sem tamanho!
Ou alguém acha - por exemplo - que um sujeito, só porque ainda está pagando as prestações da casa, não pode fazer uma bela festa de fim-de-ano para os vizinhos e os amigos?
A escolha do Rio é reconhecimento da grandeza do Brasil. Não deve nos fazer ufanistas. Mas a verdade é que merecemos comemorar. Sem dar bola para os corvos agourentos. Eles que curem seus complexos viajando para Miami nas férias. E deixem o Brasil trabalhar para fazer uma bela Olimpíada em 2016.
Parabéns ao Rio. Viva o Brasil.
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2 Comentários

...e a liturgia do cargo de FHC?


Sexta, 2 de outubro de 2009, 18h18 Atualizada às 19h31

Lula reza, chora, supera Obama e dá show em Copenhague

Antonio PradaDireto de Copenhague
Lula é o centro das atenções da vitória brasileira

Cinco minutos antes do início da cerimônia de anúncio da sede da Olimpíada de 2016, o presidente Lula, que estava no hotel esperando a escalada da votação, chega ao auditório do Bella Center. Carrega um séquito de seguranças, ministros e assessores. O solene e sóbrio evento do Comitê Olímpico Internacional (COI) tinha roteiro e, se fosse qualquer outro país, seria seguido à risca. Mas lá vai Lula, roubando olhares e palmas de uma plateia que muitas vezes não demonstra qualquer emoção.
» Conheça o projeto que deu a vitória ao Rio de Janeiro» Fotos da escolha da sede » Veja clipe apresentado pela candidatura vencedora do Rio » Rio vence e será 1ª sede sul-americana dos Jogos Olímpicos» Em vídeo, Rio é mostrado sem favelas para o COI » Rio aposta em "legado real" » Comente a vitória do Rio
Lula senta-se na primeira fila. Nervoso e impaciente, levanta-se e tenta cruzar todo o palco, talvez para cumprimentar o companheiro José Luis Zapatero, chefe de Estado espanhol e rival nesse embate olímpico. Na mesma hora a voz do microfone anuncia: "dois minutos para começar". Lula é içado, dá uma paradinha que lembra aquela do Rubinho Barrichello no pódio. Senta novamente. Arranca gargalhadas da plateia. O protocolo se desespera. Timidamente.
Mas ainda dá tempo. Lula faz o sinal da cruz. Sentado do lado oposto, de frente, Joseph Blatter, presidente da Fifa e membro do COI, com direito a voto, não tira os olhos de Lula. Parece magnetizado. Cutuca os membros do COI ao lado. Repete o sinal da cruz de Lula, indicando a eles o gesto do presidente do Brasil. Ri. Balança a cabeça, como se dissesse que esse cara não existe. Muitos outros presentes não tiram o olhar do brasileiro.
Quando o presidente do COI, Jacques Rogge, pronuncia a palavra Rio de Janeiro e vira a placa, uma explosão de alegria do lado brasileiro. Lá está Lula pulando como um torcedor qualquer, abraçando todos, chorando como se fosse uma criança. Imediatamente tenta partir em direção à delegação espanhola. Não consegue. É bloqueado, como num jogo de futebol americano. Mas fura o bloqueio. Sob o comando de Lula, a comemoração brasileira em Copenhague vira carnaval baiano. Pipoca pura. Sem direção.
Segue a pipoca o sempre recatado escritor Paulo Coelho. "Pula, pula Paulo", incentiva uma brasileira. E Paulo pula. Lula e Pelé comemoram o gol da Olimpíada juntos, bandeira do Brasil nas costas. Juntam as lágrimas. Arrastam mais uma multidão. Lula para e faz questão de abraçar Juan Antonio Saramanch, 89 anos, ex-presidente do COI e artífice da candidatura de Madri, sentado no meio do tumulto. Dá um beijo na testa dele. Depois, segue em frente e finalmente encontra Zapatero. Trocam um forte abraço. Cochicham ao pé do ouvido, envolvidos por uma multidão, feito almôndegas.
Meia volta. Lula arrasta a turba de novo. Na contramão. Bandeira brasileira na mão. Vê Guga no caminho. "Guguinha, Guguinha. Me dá um abraço". Começa a cantoria. "Cidade maravilhosa cheia de encantos mil...". Lula agora vira puxador da alegria, seguido por Hortência, Janeth, Daiane dos Santos, Isabel Swan, César Cielo, Bernard.
Encontra Pelé de novo no caminho. Outro abração. Encorpado. A segurança vai arrastando Lula para fora do auditório, levando também alguns ministros, seguido por dezenas de câmeras. Pipoca política. Lula carrega a bandeira no ombro. Desce a escada. Já no hall inferior, desdobra a bandeira, ajudado por outras pessoas, e cria mais uma imagem que vai percorrer o mundo. Depois é carregado para uma sala.
Meia hora depois, Lula está de volta para a entrevista do vencedor. É o primeiro a sentar à mesa. Parece entorpecido. Põe os fones de ouvido, embora não tenha ninguém falando. O governador do Rio, Sérgio Cabral, chega e senta do seu lado esquerdo. Antes da entrevista acontece a cerimônia de assinatura do contrato, em outra mesa. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, levanta a caneta, como se fosse troféu. Fica de pé. Beija a caneta. Corre para Sérgio Cabral e o faz também beijar a caneta. Tenta que Lula também beije, mas Lula despista, vê a caneta e devolve-a.
Jacques Rogge parece não acreditar no que vê. Mas ainda não tinha visto nada. Lula tem Nuzman de um lado. E Sérgio Cabral de outro. Do lado de Nuzman está o presidente do COI, Jacques Rogge, impávido como Bruce Lee.
Nuzman é o primeiro a falar. Desfila elogios a Lula, Cabral e Paes. Mas foca suas palavras em Lula, que se emociona. E chora. Copiosamente. Por minutos. Estanca as lágrimas com um lenço. Encobre o rosto. Cliques de máquinas e flashes pipocam de todos os lados. Outro momento para ser espalhado pelo mundo.
Quando tem a palavra, Lula derruba o protocolo mais uma vez. Começa a falar de Jacques Rogge, que estava sem fone para seguir a tradução simultânea. Cutucado por Nuzman, põe o fone e ouve: "primeiro queria agradecer ao Jacques Rogge pelo carinho, pela gentileza. Todo mundo dizia na minha delegação: ¿mas ele não ri? Ele está sempre muito sério. Será que ele gosta de brasileiro ou não gosta de brasileiro?' E eu fico pensando muitas vezes que, no papel de presidente, a gente não pode rir. Temos que mostrar a maior seriedade". E Jacque Rogge bem que tenta, mas não segura. E ri. Lula fez o impávido Jacques Rogge sorrir.
Lula fala de Obama, brinca com a vitória sobre o presidente norte-americano. É aplaudido no auditório pelos brasileiros de plantão. Tem o nome gritado em uníssono. E continua. Diz que é amigo pessoal de Zapatero e que só não é amigo do primeiro-ministro japonês porque ele é muito novo e está no cargo "há apenas duas semanas". E que no Japão "você dá bom dia a um primeiro-ministro e boa tarde a outro, pois eles mudam a toda hora". Nova quebra de protocolo. E risos, alguns nervosos, ecoam no auditório.
Lula também começa a cutucar Jacques Rogge com o braço, quando quer falar diretamente com ele. Discreto e claramente incomodado, é ajudado por Nuzman na tarefa de conter o presidente brasileiro. Já cansado de responder e discorrer sobre os mesmos assuntos, Lula tenta terminar o discurso e levantar da cadeira. Não consegue.
Responde a mais algumas perguntas e diz que quer voltar logo para o hotel e ligar para mulher Marisa. Não sem antes deixar a ultima pérola: "Depois de 2016, vamos brigar por uma Olimpíada de Inverno", brinca com uma provocação política. Mais aplausos e Jacques Rogge avisa ao assessor de imprensa do COI que é uma boa oportunidade para encerrar a entrevista, totalmente fora de qualquer padrão olímpico. Lá vai Lula, de novo arrastando multidões, perdendo-se nos corredores do Bella Center, no dia mais feliz de sua vida, segundo suas próprias palavras. E lá vem a Olimpíada com o tempero brasileiro.

Terra

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Dia triste

 ...dia triste para a direita sempre rancorosa.
Edmundo

2/outubro/2009 19:21

Lula deu a volta por cima da vaia do Cesar Maia

O Conversa Afiada republica texto do Blog do Leandro Fortes – clique aqui ir ao Blog.

Lula poderia ter agido, como muitos de seus pares na política agiriam, com rancor e desprezo pelo Rio de Janeiro, seus políticos, sua mídia, todos alegremente colocados como caixa de ressonância dos piores e mais mesquinhos interesses oriundos de um claro ódio de classe, embora mal disfarçados de oposição política. Lula poderia ter destilado fel e ter feito corpo mole contra o Rio de Janeiro, em reação, demasiada humana, à vaia que recebeu – estranha vaia, puxada por uma tropa de canalhas, reverberada em efeito manada – na abertura dos jogos panamericanos, em 2007, talvez o maior e mais bem definido ato de incivilidade de uma cidade perdida em décadas de decadência. Vaiou-se Lula, aplaudiu-se César Maia, o que basta como termo de entendimento sobre os rumos da política que se faz e se admira na antiga capital da República. Fosse um homem público qualquer, Lula faria o que mais desejavam seus adversários: deixaria o Rio à própria sorte, esmagado por uma classe política claudicante e tristemente medíocre, presa a um passado de cidade maravilhosa que só existe, nos dias de hoje, nas novelas da TV Globo ambientadas nas oníricas ruas do Leblon.
Lula poderia ter agido burocraticamente a favor do Rio, cumprido um papel formal de chefe de Estado, falado a favor da candidatura do Rio apenas porque não lhe caberia falar mal. Deixado a cidade ao gosto de seus notórios representantes da Zona Sul, esses seres apavorados que avançam sinais vermelhos para fugir da rotina de assaltos e sobressaltos sociais para, na segurança das grades de prédios e condomínios, maldizer a existência do Bolsa Família e do MST, antros simbólicos de pretos e pobres culpados, em primeira e última análise, do estado de coisas que tanto os aflige. Lula poderia ter feito do rancor um ato político, e não seria novidade, para dar uma lição a uma cidade que o expôs e ao país a um vexame internacional pensado e executado com extrema crueldade por seus piores e mais despreparados opositores.
Mas Lula não fez nada disso.
No discurso anterior à escolha do Comitê Olímpico Internacional, já visivelmente emocionado, Lula fez o que se esperava de um estadista: fez do Rio o Brasil todo, o porto belo e seguro de todos os brasileiros, a alma da nacionalidade. Foi um ato de generosidade política inesquecível e uma lição de patriotismo real com o qual, finalmente, podemos nos perfilar sem a mácula do adesismo partidário ou do fervor imbecil das patriotadas. Lula, esse mesmo Lula que setores da imprensa brasileira insistem em classificar de títere do poder chavista em Honduras, outra vez passou por cima da guerrilha editorial e da inveja pura e simples de seus adversários. Falou, como em seus melhores momentos, direto aos corações, sem concessões de linguagem e estilo, franco e direto, como líder não só da nação, mas do continente, que hoje o saúda e, certamente, o aplaude de pé.
Em 2016, o cidadão Luiz Inácio da Silva terá 71 anos. Que os cariocas desse futuro tão próximo consigam ser generosos o bastante para também aplaudi-lo na abertura das Olimpíadas do Rio, da qual, só posso imaginar, ele será convidado especial.
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Rio-2016: Conversa Afiada ultrapassa 600 comentários em quatro horas
O Rio canta: “Yes, we créu !”
O que significa o Rio-2016: Lula re-escreveu a geopolítica do Brasil
Rio 2016: Sim, nós podemos

O novo caos!

Vazamento do ENEM e oportunismo

Atualizado em 02 de outubro de 2009 às 02:20 Publicado em 01 de outubro de 2009 às 22:28
por Luiz Carlos Azenha

O oportunismo político não tem limites.

Do grão-tucano Gilberto Dimenstein, por exemplo.

O caso nem começou a ser investigado e ele já decidiu:

01/10/2009 - 17h56Gilberto Dimenstein: MEC não estava preparado para realizar o Enemda Folha OnlineO vazamento da prova do Enem (Exame Nacional de Ensino Médio) mostrou que o MEC (Ministério da Educação) não estava devidamente preparado para a aplicação do teste, marcado para o próximo fim de semana, diz Gilberto Dimenstein, membro do Conselho Editorial da Folha e colunista da Folha Online.O jornalista ressalta neste podcast que adiamento da prova anunciado nesta quinta-feira é um caso atípico. Ele lembra que há tempos universidades como Unicamp (Universidade de Campinas), USP (Universidade de São Paulo), entre outras, têm conseguido de forma segura evitar o vazamento.

O que o Dimenstein sugere é que José Serra é competente para proteger os exames da USP e da Unicamp. O Ministério da Educação, não.

Mas antes, será que ele não deveria perguntar à Folha de S. Paulo, da qual é empregado, se não foi ela que vazou o conteúdo do ENEM?

Sim, parece uma pergunta fora de propósito, esdrúxula, absurda.
Porém, considerando que a Folha é sócia da gráfica que imprimiu os exames e que...

1. O jornal bombou uma epidemia inexistente de febre amarela, ajudando a levar milhares de pessoas a buscar vacinação sem necessidade, o que levou à morte pelo menos uma pessoa (a Conceição Lemes me corrige: pelo menos duas mortes);

2. O jornal, através de um colunista, acusou o presidente da República de ser homicida dos passageiros do avião da TAM que caiu em Congonhas;

3. O jornal publicou na primeira página uma ficha falsa da ministra Dilma Rousseff, que circula como spam pela internet;

4. O jornal bombou o noticiário sobre uma hecatombe econômica, que no Brasil vai ser bem menor do que se previa;

5. O jornal bombou uma epidemia de gripe suína, que registraria no Brasil, segundo a Folha, ao menos 35 milhões de casos;

6. O jornal inventou a "ditabranda" e depois a "ditabranda internacional", em Honduras, com o objetivo de desgastar a diplomacia brasileira.

Considerando tudo isso, seria absurdo supor que o vazamento aconteceu na gráfica parcialmente controlada pela Folha e que teve motivação política?

Será que o Ministério da Educação vai mandar imprimir o novo exame do ENEM na mesma gráfica?

Ou vai colocar a empresa sob suspeição?

Depois de Honduras, a mídia já sentiu o cheiro do novo "caos" federal.
É o caos na Educação: